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Audiência pública discute barreiras ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama durante a pandemia

  • Foto do escritor: Comunica Franciane Bayer
    Comunica Franciane Bayer
  • 14 de jul. de 2021
  • 4 min de leitura


Com a presença da secretária Estadual da Saúde, Arita Bergmann, e equipe técnica, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente realizou na manhã desta quarta-feira (14) uma audiência pública para debater e identificar as principais barreiras enfrentadas pelas mulheres com câncer de mama, durante o período da pandemia da Covid-19. Proposta pela deputada estadual Franciane Bayer, presidente da Frente Parlamentar sobre o Câncer na Mulher, a audiência reuniu especialistas da área médica, autoridades públicas e dirigentes de entidades voltadas aos pacientes de câncer de mama. “Muitas mulheres deixaram de realizar seus exames de rotina, gerando uma demanda reprimida no diagnóstico de câncer, retardo no tratamento, além das pacientes que já estavam com o diagnóstico oncológico e que tiveram seus tratamentos postergados” afirmou ao proponente.

A deputada registrou a tristeza de ainda se perder um número tão grande de mulheres para uma doença curável, se diagnosticada a tempo, e propôs a realização de novas reuniões, de caráter técnico, para traçarem medidas mais específicas a partir das considerações feitas na audiência.

Arita Bergmann reconheceu o represamento de consultas e exames ocorrido durante a pandemia e disse que a Secretaria vinha trabalhando em um plano para dar conta da demanda reprimida. Em 2019, foram realizadas 132 mil mamografias, segundo a secretária, ao passo que, em 2021, apenas 40 mil. Ela disse esperar que a variante Delta do coronavírus não viesse com a agressividade vista na P1 a fim de que pudessem viabilizar a proposta.

A chefe de Divisão de Políticas dos Ciclos de Vida da Secretaria Estadual da Saúde, Gisleine da Silva, lembrou que o câncer de mama era o mais prevalente no país, excluído o de pele, e o que mais matava mulheres. Disse que, se antes da pandemia já era um desafio levá-las ao rastreamento da doença, isso se tornou ainda mais difícil depois. Em 2019, segundo informou, o rastreamento era feito em 39% das mulheres, tendo se verificado uma redução de 35% com a pandemia.

Representando a ONG Colabore com o Futuro, Andrea Bento disse que eram esperados 66 mil novos casos de câncer de mama no triênio de 2020 e 2022 e apontou quedas drásticas no rastreamento da doença. Disse que 40% dos casos no SUS eram diagnosticados já em estado avançado, quando as possibilidades de cura eram menores e os gastos necessários maiores e que o problema não era somente de saúde, mas também econômico e social, ao retirar mulheres do mercado de trabalho e do convívio familiar.

Gabriel Johnson, da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), falou das dificuldades das pacientes que dependiam exclusivamente do SUS e que tiveram seus tratamentos cancelados. Disse que, agora, observavam uma retomada nos atendimentos, mas confirmou que muitas chegavam com a doença em estágio avançado, e que a portaria 3712/2020, do Ministério da Saúde, que liberava R$ 150 milhões no país, buscava mitigar o problema.

A segunda vice-presidente do Instituto da Mama no Rio Grande do Sul (Imama), Lucy Bonazzi, ressaltou a importância do cuidado emocional da paciente e seus familiares. Lembrou que era comum a pessoa entrar em depressão e que isso dificultava ainda mais o tratamento e que era preciso facilitar o acesso à terapia para pacientes da rede pública e de convênios. A presidente da Associação Beneficente Amigas da Mama do Litoral e secretária municipal da Mulher e Direitos Humanos da prefeitura de Imbé, Daiana Gonzáles Godoy, referiu a dificuldade de conciliar sua atuação como ativista de uma entidade que estimulava as mulheres a buscarem diagnóstico e tratamento e como gestora que precisava pedir a elas para aguardarem.

A vereadora Carla, de Torres, relatou sua vivência pessoal por ter perdido a mãe, diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos e falecida aos 46, e explicou que a saúde da mulher era a pauta principal do seu mandato. Disse que no município não havia setor de oncologia e que todos os tratamentos eram direcionados a Porto Alegre ou, partir da pandemia, a Santo Antônio da Patrulha, o que levava muitas mulheres a não se tratarem. Observou também que muitas não conheciam os seus direitos, como as leis da mamografia e da reconstrução mamária e que era preciso trabalhar a conscientização. Também a presidente do Projeto Camaleão, Flávia Oliveira, defendeu campanhas de conscientização. Segundo ela, muitas vezes a pessoa se negava a fazer exames por medo do resultado e era preciso enfrentar o tabu da doença. Já o médico oncologista e colaborador do projeto Alexei Peter dos Santos apresentou sugestões de como incentivar o diagnóstico precoce, incluindo a formulação de perguntas simples relacionadas a histórico familiar e sintomas. Gestora do Imama, Samsara Nyaya Nunes, disse que a procura pela entidade havia aumentado 131% de dezembro de 2020 a junho de 2021, mas que isso, a seu ver, refletia, na verdade, o abandono das mulheres, que não encontravam no SUS o atendimento necessário e buscavam auxílio nas ONGS. Disse que em Porto Alegre, eram registrados 620 novos casos por ano e 55% deles passavam pelo Imama. A presidente da Comissão, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), também presente na audiência, destacou a relevância do debate. Fonte: Agência de Notícias da ALRS/ Arte: Adriana Schnitzer

 
 
 

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