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Pandemia traz queda de 32% da procura por diagnóstico de câncer de mama

  • Foto do escritor: Comunica Franciane Bayer
    Comunica Franciane Bayer
  • 19 de out. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de out. de 2021

Só em 2019, apenas um terço das mulheres procuraram os exames clínicos.
Com a pandemia, o represamento piorou.

Os dados foram apresentados na audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, nesta segunda-feira (18) por proposição da vice-presidente do órgão, deputada Franciane Bayer. A fim de debater os desafios para o diagnóstico precoce e o acesso pleno ao tratamento da doença no pós-pandemia, a diretora do Departamento de Ciclos de Vida da Secretaria Estadual de Saúde, Gislaine Lima da Silva, trouxe o dado alarmante do represamento de cerca de 32% de queda na procura das mulheres pelos exames preventivos e de diagnóstico do câncer de mama.

A deputada Franciane Bayer classificou a situação como grave e fez um apelo para a construção conjunta de soluções que assegurem o diagnóstico rápido e o acesso ao tratamento. “O câncer de mama é o que mais acomete mulheres no Brasil. Justamente por isso, não podemos aceitar que entre a mamografia e a biópsia para confirmar um diagnóstico transcorram mais de 60 dias”, apontou.

Segundo a representante da SES, o Rio Grande do Sul tem mamógrafos suficientes, além de contar com um incremento de recursos federais para enfrentar a doença. Admitiu, no entanto, a necessidade de fomentar a organização dos municípios para que façam a previsão correta do número de exames necessários com base no tamanho de suas populações. Ainda salientou a produção de uma cartilha elaborada para os municipários atuarem dando atenção primária à saúde da mulher, com horários estendidos e flexíveis, além da preparação dos agentes comunitários para que possam fazer a busca ativa das mulheres que não procuraram realizar os exames e salientou as mídias sociais e rádios comunitárias atuando no chamamento para consultas.


Realidade que se repete

Para as organizações da sociedade civil que lidam diariamente com o problema, o represamento de exames durante a pandemia poderá agravar ainda mais um quadro que já não era favorável às mulheres. Em vídeo gravado espacialmente para a audiência, a presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul e líder do Comitê Executivo da C/Can, ONG internacional que trabalha para fortalecer os sistemas de saúde no tratamento de todos os tipos de câncer, Maira Caleffi, revelou que mais de um milhão de gaúchas não acessaram as mamografias disponíveis no serviço público na pandemia e fez um chamamento pela volta urgente da realização dos exames de rotina.

Também integrante do Imama, Nyaya Nunes afirmou que todos os anos a mesma realidade se repete, levando muitas vezes mulheres à morte pela dificuldade de realizar os exames e confirmar o diagnóstico da doença na rede pública. “Muitas vezes, a mulher desiste de acessar o serviço (público), onde pode levar três meses para conseguir uma mamografia, e acaba fazendo uma vaquinha para fazer o exame na rede particular”, apontou. Para ela, é preciso fazer um mutirão para organizar as filas por prioridade e para capacitar os trabalhadores que atuam na ponta do sistema a lidar com a doença, que impõe uma luta contra o tempo.

Já a representante do Movimento Brasil sem Câncer do Colo de Útero defendeu a testagem genética para pacientes com câncer de útero, ovário ou mama e intensificação da vacinação contra o HPV, que vem caindo no país. Segundo Angélica Nogueira, a testagem poderá direcionar a medicação e identificar famílias de alto risco.


Aplicativo

O médico Alexei Peter dos Santos, da Santa Casa, apresentou um aplicativo desenvolvido por uma startup, apoiada pela Tecnopuc, que permite antecipar diagnóstico de câncer de mama e doenças raras. “É um aplicativo muito simples, com poucas perguntas e que direciona o paciente para o local mais adequado, rápido e logístico para o seu caso. Com isso, podemos acelerar a antecipar o diagnóstico”, revelou.


A presidente da Comissão de Saúde, Zilá Breitenbach, acredita que o SUS é o melhor plano, mas que é necessário alterar práticas para resolver os problemas das mulheres que buscam atendimento. “Quando se diz que um exame será agendado para daqui a três meses, estamos banalizando as consequências de uma doença, que é grave. É preciso procurar em todas as instâncias para ver onde se resolve o problema”, recomendou.


Entre os encaminhamentos elencados pela deputada Franciane, estão a capacitação de secretários municipais de saúde e servidores que atuam na ponta do sistema, identificação dos gargalos da rede pública e busca de mais informações sobre recursos federais para o enfrentamento do câncer de mama. "O que nós podemos fazer? Como legisladores, leis nós temos feito nossa parte: a Lei Outubro Rosa, dos trinta e sessenta dias para diagnóstico e início do tratamento... Agora, o que falta para esse atendimento chegar lá na ponta, na realidade dessas mulheres que não estão alcançando essas políticas públicas de saúde?! Talvez seja a falta de acesso, talvez falta comunicação entre os agentes públicos de saúde e o governo. Ideias que precisamos discutir e debater para dar uma solução ao problema. Nós, da Procuradoria Especial da Mulher e da Frente Parlamentar sobre o Câncer na Mulher colocamos à disposição de vocês nosso trabalho para encaminhar, fiscalizar, questionar, ir atrás de respostas e sanar esse colapso na saúde das nossas gaúchas.", ressaltou a parlamentar. Texto: Adriana Schnitzer com informações da Agência de Notícias da ALRS

 
 
 

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