"Nosso foco principal é salvar vidas", diz deputada em reunião da Comissão sobre Feminicídios no RS
- Comunica Franciane Bayer
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“Não é um debate político, é um debate que salva vidas, e nós precisamos arregaçar as mangas e fazer algo.”, disse a deputada federal Franciane Bayer durante a primeira reunião do colegiado de mulheres parlamentares da Comissão Externa da Câmara dos Deputados de Acompanhamento aos Feminicídios no Rio Grande do Sul promoveu, nesta segunda-feira (16/06), sua primeira reunião. O encontro ocorreu na sede da Defensoria Pública do Estado e foi assinado por todas as deputadas federais gaúchas, tendo a deputada Franciane Bayer como subcoordenadora, a deputada Fernanda Melchionna como coordenadora e a deputada Maria do Rosário como relatora.

De acordo com Franciane, a proposta de criação da Comissão surgiu após a onde de feminicídios registrada no último feriadão de Páscoa e Tiradentes, quando 10 mulheres foram mortas. Os crimes ocorreram em menos de quatro dias, ao longo de diferentes regiões do RS. A parlamentar também defendeu escuta ativa das redes de proteção e alertou: “Não adianta política pública sem orçamento. Ela não sai do papel.”
O projeto envolve audiências públicas, reuniões, visitas técnicas, levantamento de dados e articulações políticas, tudo com o objetivo de construir propostas de ações concretas para reduzir os feminicídios no RS. A ideia é que, a partir do diálogo, apontamentos e sugestões dos movimentos sociais, possa ser definido e posto em prática um plano de trabalho final.

"Nosso foco principal é salvar vidas e romper o ciclo da violência. Queremos evitar feminicídios e, assim, impedir que mulheres virem estatísticas. O feminicídio é a gota d'água. Isso porque, antes de uma mulher perder a vida, ela sofre outros tipos de violência, como a física e moral”, ressaltou a deputada do Republicanos.
Franciane Bayer também destacou a importância de, além de monitorar vítimas, também punir agressores. “Muitas vezes nós enxugamos gelo. Retiramos a mulher de um ciclo de violência, mas não fazemos nada com o agressor. Ocorre que ele acaba se relacionando com outras, ou seja, faz ainda mais vitimas. É preciso adotar medidas que evitem a reincidência de casos”, disse a parlamentar.
Bayer lembrou a atuação com Melchionna na subcomissão sobre educação pós-enchentes e defendeu ações práticas. “Não queremos apenas um texto escrito. Fizemos um relatório com mais de 300 páginas na subcomissão das enchentes, mas também apresentamos projetos de lei que vão atender não só o Rio Grande do Sul, mas o Brasil como um todo.”
Encerrando sua fala, reforçou que a comissão pretende apresentar, até novembro, uma primeira versão de relatório com propostas concretas, e que o trabalho poderá se estender, se necessário. “Se não nos colocarmos prazos, as coisas não andam. Queremos um trabalho robusto, com resultados reais, e o nosso objetivo é um só: salvar vidas.”
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